quarta-feira, novembro 26, 2014

Quem diria que choro,
E sofrendo me escondo, para me alegrar?
Há dias que imploro
pra felicidade voltar.

Quem diria que choro,
que olho e me importo?
Tem dias que o choro não há de acabar.

Quem disse que choro?
Na verdade, faço lagos para mergulhar;
Faço desculpas, para fugir;
Sorrisos, para disfarçar.

Quem disse que chorei?
Na verdade, inventei o que não queria inventar.
É apenas um dom que tenho

De tudo banalizar. 

sábado, outubro 25, 2014

Selfie do self.


Reabro um blog tão antigo pra um momento de epifania: quero levar essa estante comigo. Daqui a um ano, estarei morando do outro lado do mundo. Quero levar comigo: essa estante.

A vida imaterial também é física; por muito tempo, minha música preferida foi Roda Viva, provavelmente pelos inúmeros momentos de epifania em que minha mente escolhe ela como trilha sonora. Dessa vez não foi diferente, mas fazia tempo não era assim.
Essa estante talvez seja a minha barata de Clarice Lispector, a minha subjetividade. Meu andar no corredor do ensino médio carregando um livro, meu amar secretamente, meu chorar amargo, meu sorrir feliz. Tem diários, tem agendas antigas, tem estrutura desenhada por amiga. Tem amigas que não estão mais perto, mas ainda moram na estante e no coração. Viu como a estante sou eu?

Tem meus hobbies, meus momentos, minhas fantasias. Tantas memórias. Pastas e apostilas, minha formação de pensamento passando por cada coisa nessa estante. Faz tempo que eu cultivo a mais linda roseira que há, mas eis que chega a roda viva, na imagem de: estante. Parece uma coisa tão pequena.. e é. São sempre as pequenas coisas que mais me atraem: pequenas cápsulas de infinitos significados.

Tem presentes, amigos presentes, amigos que apenas passaram, e não de menos valor. Tem meus sempre amigos: minha família. Muita fotografia, muita tralha (ai como eu amo tralha!), tem bravo! (sdds bravo!), toda minha faculdade, tem Pravida, tantos filmes, tantos livros, CDS antigos... Quero levar essa estante comigo - uma lágrima escorre do meu olho.

Por muito tempo foquei na roda viva levando a saudade, e a música preferida mudou. Hoje quero conhecer as manhas e as manhãs, o sabor da massas e das maçãs. "Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente", eu canto pra mim mesma. Se a estante sou eu,

Eu sou a estante. Eu me levo comigo sempre. Levo tudo, levo estante, levo memórias, amor, amizades, tudo, não posso me deixar pra trás - "pela longa estrada eu sou, estrada eu vou".

sexta-feira, setembro 23, 2011

Se fecho meus olhos, eu vejo uma chuva de figuras deformadas e desconhecidas dentro de mim, pedacos de coisas que conheco ou nem nunca conheci. Se eu vivo na sombra, abrir os olhos pra quê? Vivo dores de vida, mas essa é doída, e só. Escreve com lápis de ponta fina na minha pele e dentro de mim: escreve músicas, lágrimas e juras de amor. Escreve sobre mim, sobre você e sobre essa dor. E depois circula o vazio que você deixou, marcando e não me deixando cicatrizar e vou sangrando no escuro, carregando essa dor não escrita, não dita, maldita, que eu tanto quero abandonar.

terça-feira, abril 19, 2011

Quis tanto te falar e calei. Nas entrelinhas do estou ocupada e aqui tá quente estava o tanto que penso em ti e o frio que faz de não ter você me abraçar. Quis falar, mas as palavras me calaram. Grandes demais, entaladas ficaram. Lá sei eu o que é o amor. Só conheço essa inquietação, essa dor que falar contigo traz. E a paz também. E a vontade de não sentir essa vontade de dançar contigo por me sentir clichê demais. E te abraçar e me sentir feliz demais. E o medo que isso traz.

domingo, agosto 22, 2010

Porque tem um vômito, um azedo, um amargo dentro de mim.
É você, que eu quero colocar pra fora.
É você que faz parte de mim e vai embora.
Leva o doce, leva o bom, me leva
mas me deixa aqui
com essa ânsia, que é de vômito,
mas é ânsia mesmo é de te ter.

E choro.
E não choro, na verdade.
Não posso.
Minha vontade era chorar e te afogar nas minhas lágrimas,
te fazer engolir cada uma das palavras que me disseste
e te deixar à deriva.
Te deixar e ir embora.
Mas lá consigo..

Fujo e me prendo.
Me solto e volto a ti.
É dia, é lembrança, negação e história.

Mas pensa que sonho denovo?
pensa que amo denovo?
pensa que espero denovo?

Choro vômito, vomito lágrimas.
Mas não faço nada.
É tudo por dentro.
Me esquece.. que eu esqueço fácil.

Fico aqui.
com esse pedaço entalado,
acabado e incabado.
E me deixo ir..

sábado, maio 29, 2010

o detalhe me atrai e me conquista. é a minúcia, é a entrelinha.
quero ver o não visto, ver além e entender.
ouvir o não dito e calar.
nem precisa falar.

deixa assim..

sexta-feira, maio 07, 2010

Vem depressa
Que eu preciso dessa
Dessa história de amor
Um dia disse que não precisava
Mas a vida veio e, sempre certa,
Me ensinou.

Ensinou do vazio, da falta, da busca.
Ensinou de mim, das estradas, da fuga.

Vem depressa
Que eu preciso dessa história de amor.
Do aconchego, do abraço, do sorriso: do amor.
Do pertencer, do ter, do ser: amor.

Nem se despeça
Só vem depressa
Que eu preciso de amor.